domingo, 26 de fevereiro de 2012

Entrevistando uma terapeuta ocupacional...

PERFIL


Nome: Rosana Ferreira Alves da Silva
Idade: – ( segredo)
Formação: Terapeuta Ocupacional
Especialização: Psicomotricidade
Experiência profissional: Reabilitação física, Reabilitação Social baseada na comunidade.


ENTREVISTA
- Quais recursos terapêuticos que utiliza?
R. Exercícios terapêuticos, acolhimento, escuta e conversas,

- Qual recurso mais gosta de adotar?
R. Nos trabalhos que venho desenvolvendo uso os recursos que são mais adequados e que venham de encontro com a necessidade do paciente, tanto no aspecto físico quanto no emocional.

- Como seria seu local de trabalho ideal?
R. Amplo, arejado, de fácil acesso e com os materiais necessários para a execução do atendimento.

- Como você define Terapia Ocupacional?
R. A Arte e Ciência que oferece ao homem a possibilidade de estar na vida independente de sua problemática. A Terapia Ocupacional sempre terá algo a oferecer a pessoa para melhorar sua qualidade de vida.

- O que a levou a escolher a Terapia Ocupacional como profissão?
R. Na verdade eu ia fazer Fisioterapia, na hora de fazer a inscrição para o vestibular a pessoa que me atendia perguntou Fisioterapia ou Terapia Ocupacional, eu sem saber o que era, escolhi Terapia Ocupacional, sem saber fiz a escolha certa.

- Qual foi o caso clínico mais satisfatório ou que mais lhe marcou?
R. Bem, nesses 26 anos de profissão, tive muitos casos satisfatórios, mas o que mais me marcou recentemente foi de um jovem de 16 para 17 anos que atendi, com uma desarticulação de quadril devido a um CA ósseo. Ele tocava guitarra em uma banda de rock, quando começou a realizar os treinos para o uso da prótese apareceu uma metástase nos 2 pulmões, em um ele fez uma cirurgia e voltou a fazer quimioterapia. Ele tinha muita dificuldade em aceitar a amputação, não conseguia usar a prótese sem acabamento cosmético e queria voltar tocar guitarra de pé.
Seus pais cobravam muito dele que ele andasse sem muletas, mais ele tinha muita insegurança em relação à prótese além de não aceitá-la. A grande conquista foi quando no treino do uso da prótese passamos a treinar ele tocando guitarra de pé. Ele conseguiu em um show ficar o tempo todo tocando e usando o pedal na posição de pé.
Infelizmente ele morreu com 18 anos, mas conseguiu resignificar muitas coisas em sua vida, até porque no atendimento de Terapia Ocupacional ele tinha espaço para falar de seus sentimentos, angústia e medos.

- Qual tipo de público prefere atender?
R. Amputados de membros inferiores

- Como os pacientes chegam a consultoria em relação ao conhecimento da T.O?
R. Normalmente vem por encaminhamento médico, antes a procura era maior para casos psiquiátricos, hoje esse universo está mais ampliado para a área física. Porém na grande maioria das vezes chegam sem nenhum conhecimento da profissão e muitas vezes com até um certo pré-conceito alegando que não precisavam se ocupar.

- Pretende se especializar em mais alguma área?
R. Não.

- O que você esperava da T.O antes de entrar na profissão? Alcançou o que esperava?
R. Eu não iria fazer Terapia Ocupacional, eu ia fazer fisioterapia, quando fui fazer minha inscrição no vestibular me perguntaram se era para fisioterapia ou T.O, aí eu respondi T.O, sem saber o que na verdade era. Sim , foi uma grande surpresa e eu me sinto plenamente realizada.

- Quanto tempo atua na T.O?
R. Este ano completam 26 anos.

- Você acha que existe algum tipo de pré-conceito em relação ao Terapeuta Ocupacional?
R. Sim, como você coloca na sua pergunta existe um pré-conceito em relação ao que as pessoas pensam que seja a Terapia Ocupacional, por conta disso muitas vezes nosso objeto de estudo, nossa prática é facilmente confundida com algo que evite o ócio.

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